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Sobretaxas dos EUA já atingem quase 80% das exportações brasileiras, diz CNI

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Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 77,8% dos embarques brasileiros aos Estados Unidos passaram a pagar tarifas extras desde o início deste ano. O porcentual resulta da combinação de três frentes impostas por Washington: uma alíquota geral de 10%, um adicional de 40% aplicado especificamente ao Brasil e sobretaxas de até 50% previstas na Seção 232, que atinge siderurgia, veículos e autopeças.

Metade dos produtos enfrenta tarifa máxima

Segundo a CNI, 54,6% da pauta exportadora agora está sujeita à cobrança de 50%. Desse montante, 45,8% corresponde a itens penalizados apenas pelo acréscimo de 40% estabelecido em julho. A indústria de transformação concentra o maior impacto: US$ 12,3 bilhões em vendas externas, equivalentes a 69,9% do total afetado pela alíquota mais alta.

Os setores mais prejudicados são vestuário, máquinas e equipamentos, têxteis, alimentos, químicos, couro e calçados. Itens metálicos, como aço, alumínio e cobre enquadrados na Seção 232, respondem por 9,3% da pauta e também pagam 50% de imposto.

Exportações isentas somam 22,2%

Ficaram fora das novas sobretaxas 22,2% das vendas ao mercado norte-americano, principalmente da indústria extrativa, com destaque para petróleo leve e pesado. Na indústria de transformação, combustíveis automotivos e óleos combustíveis pesados sem biodiesel estão entre os poucos produtos sem tarifa adicional.

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Possível alívio para aviação

A tarifa extra de 40% prevê isenção condicional para bens destinados à aviação civil. Caso a exceção seja confirmada, 577 produtos – entre eles aviões não militares e equipamentos de transporte – passariam a pagar apenas o imposto geral de 10%, reduzindo parte da pressão sobre o setor aeronáutico brasileiro.

Novas investigações em andamento

Além das medidas já vigentes, os Estados Unidos mantêm investigações abertas sob a Seção 232 que podem atingir aeronaves e motores, caminhões, madeira, minerais críticos, semicondutores e medicamentos.

Sobretaxas dos EUA já atingem quase 80% das exportações brasileiras, diz CNI - Imagem do artigo original

Imagem: canalrural.com.br

Propostas de socorro

Para amenizar os efeitos do protecionismo norte-americano, a CNI apresentou ao governo federal oito ações emergenciais. Entre elas estão uma linha de crédito do BNDES com juros reduzidos, prazos maiores para contratos de câmbio e financiamentos de exportação, diferimento de tributos federais, liberação imediata de créditos tributários, ampliação do Reintegra e reativação do Programa Seguro-Emprego.

“O estudo mostra a dimensão do problema e a necessidade de reação rápida para preservar a capacidade exportadora do país”, afirmou, em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Com informações de Canal Rural

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