Os preços da soja abriram a semana em queda nos principais terminais de embarque do país na segunda-feira (25/8). O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o porto de Paranaguá (PR) fechou a R$ 140,54 por saca de 60 quilos, recuo de 0,95% em relação ao pregão anterior.
Em Santos (SP), levantamento da Scot Consultoria apontou desvalorização de 2,77%, com a saca cotada a R$ 140,50. No porto de Rio Grande (RS), as negociações permaneceram estáveis, mantendo o preço médio em R$ 144,00.
Mercado interno
Nos polos de produção dentro do país, predominou estabilidade a baixa. Dados da AgRural mostram a saca negociada a R$ 128,00 em Luís Eduardo Magalhães (BA); R$ 125,00 em Rio Verde (GO); R$ 123,00 em Balsas (MA); R$ 128,00 no Triângulo Mineiro; e R$ 125,00 em Dourados (MS).
Segundo Matheus Pereira, da Pátria Agronegócios, a retração foi influenciada, em parte, pela desvalorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana recuou 0,19% no câmbio comercial, encerrando o dia a R$ 5,41. No acumulado de 30 dias, a queda chega a 2,43%, de acordo com o Valor PRO.
Cenário externo
Na Bolsa de Chicago, o contrato de novembro — o mais negociado no momento — caiu 1,02% (US$ 0,1075) e terminou a sessão a US$ 10,47 por bushel. A menor demanda chinesa pelo grão norte-americano tem pressionado as cotações, levando produtores dos Estados Unidos a solicitar apoio do governo Donald Trump para retomar as vendas ao país asiático.
Apesar do recuo pontual, o mesmo contrato ainda acumula ganho mensal de 8,07%, ou US$ 0,7825 por bushel, segundo o Valor Data. No Brasil, os prêmios de exportação ajudaram a atenuar os efeitos negativos de Chicago e do câmbio sobre as cotações internas, observa Pereira.
Imagem: Ivan Bueno
Acumulado de agosto continua positivo
A queda do primeiro dia útil da semana não elimina a valorização do mês. O indicador do Cepea baseado em Paranaguá registra alta de 1,68% em agosto, enquanto o índice que reflete o mercado de lotes no Paraná avança 1,26%.
Pesquisadores do Cepea destacam que a demanda firme sustenta os preços, reforçada pela redução dos custos com frete, que favoreceu as negociações no interior do país. Para os derivados, o movimento também é aquecido, principalmente no farelo destinado à exportação. Consumidores domésticos, receosos de novas altas, anteciparam compras para recompor estoques.
Com informações de Globo Rural