Um blend de algas pardas, vermelhas e verdes incorporado à ração de galos reprodutores da linhagem Ross apresentou efeitos positivos nos sistemas imunológico e reprodutivo das aves. O experimento foi conduzido durante 51 dias pelo Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC-HUB) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a Granja Faria, na unidade de Treviso (SC).
Coordenada pelo professor Marcio Nunes Corrêa, a pesquisa constatou que a suplementação não interferiu na fertilidade nem no ganho de peso dos animais. Entretanto, foram observados aumentos nos níveis de HDL, fósforo e cálcio, além de indícios de melhora da função hepática.
Na avaliação da saúde intestinal, os galos mais pesados mantiveram a integridade do trato digestivo, enquanto os indivíduos mais leves apresentaram sinais de inflamação. Já no sistema reprodutivo, não foram detectadas alterações na espermatogênese nem na morfologia testicular, garantindo segurança ao uso do suplemento.
Participaram ativamente do estudo o biotecnologista Uriel Londero e o zootecnista Rafael Silva, ambos pós-graduandos da UFPel. De acordo com Corrêa, os resultados abrem caminho para estratégias nutricionais mais precisas e segmentadas, buscando reduzir perdas associadas a desequilíbrios alimentares. A equipe pretende testar novos aditivos naturais e futuramente patentear a tecnologia.
Imagem: pessoal
O trabalho integra uma tendência do setor avícola brasileiro que busca alternativas naturais aos antibióticos usados no controle sanitário das aves. Outras instituições, como a Universidade Federal de Lavras (UFL), também investigam compostos orgânicos capazes de modular a microbiota intestinal e favorecer o crescimento das aves.
Com informações de Globo Rural