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Tarifaço dos EUA pressiona seguros de transporte de grãos no Brasil

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A possibilidade de um tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros acendeu um sinal de alerta na cadeia logística de grãos e no mercado de seguros ligados ao setor. Segundo especialistas, caso as sobretaxas se confirmem, exportadores de soja, milho e outras commodities podem ter de buscar novos destinos, o que implicará rotas mais longas, custos operacionais maiores e aumento na exposição a riscos.

Patrícia Freitas, superintendente de Transporte da REP Seguros, afirma que o redirecionamento de cargas tende a encarecer fretes e pressionar a infraestrutura de portos e armazéns. “Rotas alternativas, seja por via marítima ou terrestre, costumam ser mais extensas e complexas. Isso eleva o tempo de armazenagem, o valor do frete e, consequentemente, o risco segurado”, explica.

Com períodos maiores de trânsito e estocagem, aumentam os valores seguráveis e a probabilidade de ocorrência de roubo, incêndio, deterioração ou avarias. De acordo com Patrícia, as seguradoras já discutem a revisão de cláusulas como limites máximos de indenização, franquias e coberturas para riscos políticos, embargos e mudanças de destino.

Corretor ganha papel estratégico

Nesse cenário, o corretor de seguros deixa de atuar apenas como vendedor de apólices e passa a exercer função consultiva. “Ele precisa revisar contratos, sugerir adequações às novas rotas e orientar clientes sobre exclusões e coberturas adicionais”, ressalta a executiva da REP.

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A companhia também observa crescimento na procura por seguros específicos para grãos armazenados ou em trânsito. As demandas incluem apólices com cobertura estendida para períodos mais longos de armazenagem e contratos de transporte que contemplem atrasos, redirecionamento e danos durante o percurso.

Tarifaço dos EUA pressiona seguros de transporte de grãos no Brasil - Imagem do artigo original

Imagem: globorural.globo.com

Cláusulas novas e ajustes necessários

Para mitigar riscos em rotas ainda incertas, seguradoras passaram a incluir cláusulas que cobrem mudanças de itinerário, análise de risco geopolítico e perdas diretas e indiretas. Patrícia reforça que corretores devem acompanhar atentamente os destinos alternativos porque cada mercado possui regras e riscos próprios, impactando as coberturas indicadas.

Entre os pontos que entram no radar estão modalidades básicas, coberturas amplas, riscos adicionais, proteção para armazenagem prolongada e cláusulas políticas. “Antecipar movimentos, dialogar com as seguradoras e garantir que a apólice reflita a operação real do cliente fazem toda a diferença em um cenário global instável”, conclui.

Com informações de Globo Rural

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