Os contratos futuros de trigo negociados na Bolsa de Chicago encerraram a quinta-feira, 7 de agosto, em forte alta. O lote para setembro subiu 1,92%, cotado a US$ 5,1825 por bushel.
Segundo Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, a recente desvalorização do cereal deixou o produto norte-americano mais competitivo e estimulou compras externas. Na semana encerrada em 31 de julho, as vendas líquidas dos Estados Unidos na safra 2025/26 somaram 737,8 mil toneladas, ante 592,1 mil toneladas na semana anterior, informou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O volume também superou a expectativa máxima de analistas, de 600 mil toneladas.
Pacheco acrescentou que a oferta global foi afetada por uma redução de 42% nas exportações da Ucrânia na temporada, diminuindo o fluxo de trigo pelo Mar Negro e abrindo espaço para os embarques norte-americanos. Além disso, chuvas excessivas na Dakota do Norte — principal produtor de trigo de primavera dos EUA — podem comprometer a qualidade da colheita, fato que reforçou a recuperação das cotações.
Milho também se recupera
Os preços do milho avançaram após atingirem o menor patamar em mais de um mês. O contrato para dezembro ganhou 1,43% e fechou a US$ 4,07 por bushel. O movimento foi impulsionado por compras técnicas e por forte demanda: as vendas líquidas dos EUA alcançaram 3,1 milhões de toneladas na semana até 31 de julho, superando as 1,8 milhão da semana anterior e a estimativa máxima do mercado, de 2,5 milhões.
Apesar da alta do dia, Pacheco avalia que ainda há espaço para recuo no médio prazo. O analista aponta que o mercado projeta safra de 414 milhões de toneladas, acima das 400 milhões indicadas pelo USDA, enquanto a demanda permanece incerta em meio às disputas comerciais conduzidas pelo governo dos Estados Unidos com Canadá e União Europeia.

Imagem: Kirsten Strough via globorural.globo.com
Soja tenta reagir
Na soja, o contrato para setembro subiu 0,88%, fechando a US$ 9,74 por bushel, após tocar o nível mais baixo desde dezembro do ano passado. Além de ajuste técnico, o suporte veio do aumento nas vendas externas: os Estados Unidos registraram 467,8 mil toneladas comercializadas na semana até 31 de julho, acima das 349,2 mil toneladas do levantamento anterior e superior à previsão de até 300 mil toneladas.
Com o avanço nos três principais grãos, a sessão foi marcada por recomposição de preços em Chicago após quedas recentes, destacando a influência de fatores técnicos e da procura internacional pelos produtos norte-americanos.
Com informações de Globo Rural