O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que encaminhará ao Departamento de Justiça (DoJ) um pedido de investigação sobre empresas de processamento de carne que atuam no país, acusando-as de elevar de forma irregular os preços da carne bovina.
Em postagem na rede Truth Social, o republicano alegou haver conluio entre frigoríficos para inflacionar o produto. “Solicitei ao Departamento de Justiça que inicie imediatamente uma investigação sobre as empresas de processamento de carne que estão elevando o preço da carne bovina por meio de um conluio ilícito”, escreveu. Trump afirmou ainda que a medida busca proteger consumidores, combater monopólios ilegais e impedir “lucros criminosos às custas do povo americano”.
Críticas a empresas estrangeiras
Sem citar companhias específicas, o presidente declarou que os pecuaristas locais estariam sendo responsabilizados pela alta causada por indústrias “majoritariamente estrangeiras” que, segundo ele, ameaçam a segurança do abastecimento alimentar nos Estados Unidos.
Impacto em frigoríficos brasileiros
A JBS, maior produtora global de proteínas e com várias unidades de abate de bovinos nos EUA, viu suas ações recuarem mais de 3% no pregão desta sexta-feira em Nova York, segundo a Dow Jones Newswires. A empresa iniciou a negociação de papéis na bolsa norte-americana em junho e não se posicionou sobre as declarações até a publicação desta reportagem.
Outra companhia brasileira que opera no mercado norte-americano, a MBRF, controla a National Beef (antiga participação da Marfrig) e teve alta de 5,8% na B3. Procurada, a MBRF informou que não comentaria o assunto.
Pressão sobre preços e tarifas
Dados do Bureau of Labor Statistics divulgados em outubro indicam que o valor da carne bovina nos EUA subiu mais de 50% desde 2020. No mês anterior, também pela Truth Social, Trump já havia solicitado aos pecuaristas redução nos preços, alegando que, apesar da queda no valor do gado, o custo do produto final continuava em alta.
Imagem: White House
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país consome toda a carne produzida internamente e ainda importa mais de 15% da demanda anual. Em 2025, o Brasil ultrapassou a Austrália e se tornou o principal fornecedor externo. Entretanto, desde agosto, a carne brasileira enfrenta sobretaxa de 50% após tarifaço imposto por Trump.
O Departamento de Justiça não confirmou, até agora, quando pretende iniciar a investigação.
Com informações de Globo Rural
