As usinas de açúcar e etanol mencionadas em denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) movimentam 12,75 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2025/26, de acordo com estimativa da consultoria RPA. O volume representa 2,1 % da moagem do Centro-Sul.
Unidades envolvidas
O cálculo da RPA engloba:
- Usina Itajobi – 2 milhões t
- Usina Carolo – 1,85 milhão t
- Usina Furlan – 2 milhões t
- Usina Comanche – 800 mil t
- Usina Rio Pardo – 2,1 milhões t
- Goiás Bioenergia – 1,5 milhão t
- Usina Catanduva (Grupo Virgolino de Oliveira) – 2,5 milhões t
Acusações
Segundo o MP-SP, o empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado como ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), adquiriu as usinas Itajobi e Carolo por meio de fundos de investimento e pode ter comprado também a Usina Rio Pardo. A promotoria indica ainda indícios de participação das usinas Furlan e Comanche, que teriam adotado sobrepreço na compra de cana e repasses a empresas associadas à facção criminosa.
A denúncia inclui a Goiás Bioenergia e menciona tentativa de Mourad de comprar o Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), em recuperação judicial, controladora de duas usinas que serão leiloadas.
Posicionamento das empresas
Em nota assinada pelo advogado Rogério Cury, o GVO afirma não ser alvo da investigação e declara colaborar com as autoridades. A empresa diz que todas as operações financeiras foram submetidas e aprovadas pelo Judiciário e regularmente declaradas.
Imagem: Wenders Araújo
Apuração da reportagem indica que a Usina Itajobi, adquirida por Mourad via fundo Mabruk II, arrendou a unidade de Catanduva do GVO na safra 2024/25, operando-a por um ciclo antes de devolvê-la.
Operação Carbono Oculto
As acusações integram a Operação Carbono Oculto, deflagrada na semana passada pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-SP e do Ministério Público Federal (MPF), com apoio da Polícia Federal, Polícias Civil e Militar, Receita Federal e Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo.
Com informações de Globo Rural
